No dia 1 de outubro comemora-se o dia do idoso. Dia do idoso? Interrogamo-nos, necessariamente, sobre o sentido deste dia... Será necessário existir uma data própria para lembrar ou homenagear os nossos "mais velhos"? Infelizmente, não são raras as situações em que, precisamente, muitos dos que cumpriram o seu papel de pais, amigos, educadores chegam ao "inverno da vida" na mais profunda solidão, como se todo o seu percurso existencial tivesse de terminar de forma vazia de afetos, desprovida de amparo. Ora, precisamente pela dignidade, respeito e amor com que aqueles que já andaram muito tempo nesta vida devem colher de todos nós, é que em 1991 a ONU instituiu este dia, pretendendo sensibilizar a sociedade para as questões do envelhecimento e da necessidade de proteger e cuidar da população idosa.
Na nossa opinião, esta questão é particularmente pertinente, pois, para além do mais evidente e exposto, parece-nos fundamental recordar que a vida humana, perecível e efémera, está inscrita num ciclo maior que não se esgota na existência individual de cada um. Tal como a natureza se organiza por estações que se sucedem, também para nós existe um tempo de frutificação, de maturidade e de cedência a novos e florescentes rebentos. Todos crescemos e envelhecemos e pertencemos a esse grande caminho circular, em boa parte construído por um certo movimento de alternância - hoje filho, amanhã pai, depois avô. Crescer e envelhecer são processos que se desenvolvem a par e cabe a cada um de nós cumprir a sua parte e ser capaz de receber e retribuir.
A este propósito, deixamos um pequeno filme de animação que, sendo belo e poético, é, antes de mais, uma representação simbólica de tudo isto.